Em 1913, voltam a Fortaleza, face à
nomeação de seu pai para o cargo de promotor. Após um ano no cargo, ele pede
demissão e vai lecionar Geografia no Liceu. Dedica-se pessoalmente à educação de Rachel,
ensinando-a a ler, cavalgar e a nadar. As cinco anos a escritora leu "Ubirajara",
de José de Alencar, "obviamente sem entender nada", como gosta de frisar.
Fugindo dos horrores da seca de 1915, em
julho de 1917 transfere-se com sua família para o Rio de Janeiro, fato esse que seria
mais tarde aproveitado pela escritora como tema de seu livro de estréia, "O
Quinze".
Logo depois da chegada, em novembro,
mudam-se para Belém do Pará, onde residem por dois anos. Retornam ao Ceará,
inicialmente para Guaramiranga e depois Quixadá, onde Rachel é matriculada no
curso normal, como interna do Colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em
1925, aos 15 anos de idade. Sua formação escolar pára aí.
Rachel
retorna à fazenda dos pais, em Quixadá. Dedica-se inteiramente à leitura, orientada por
sua mãe, sempre atualizada com lançamento nacionais e estrangeiros, em especial os
franceses. O constante ler estimula os primeiros escritos. Envergonhada, não
mostrava seus textos a ninguém.
Em 1926,
nasce sua irmã caçula, Maria Luiza. Os outros irmãos eram Roberto, Flávio e
Luciano, já falecidos).
Com o
pseudônimo de "Rita de Queluz" ela envia ao jornal "O Ceará",
em 1927, uma carta ironizando o concurso "Rainha dos Estudantes", promovido por
aquela publicação. O diretor do jornal, Júlio Ibiapina, amigo de seu pai, diante
do sucesso da carta a convida para colaborar com o veículo. Três anos depois,
ironicamente, quando exercia as funções de professora substituta de História no
colégio onde havia se formado, Rachel foi eleita a "Rainha dos
Estudantes". Com a presença do Governador do Estado, a festa da coroação
tinha andamento quando chega a notícia do assassinato de João Pessoa. Joga a coroa no
chão e deixa às pressas o local, com uma única explicação "Sou repórter".
Seu pai
adquiri o Sítio do Pici, perto de Fortaleza, para onde a família se transfere. Sua
colaboração em "O Ceará" torna-se regular. Publica o folhetim
"História de um nome" — sobre as várias encarnações de uma tal
Rachel — e organiza a página de literatura do jornal.
Submetida a rígido tratamento de saúde,
em 1930, face a uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, a autora se vê
obrigada a fazer repouso e resolve escrever "um livro sobre a seca". "O
Quinze" — romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática
exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca — é mostrado aos
pais, que decidem "emprestar" o dinheiro para sua edição, que é publicada em
agosto com uma tiragem de mil exemplares. Diante da reação reticente dos críticos
cearenses, remete o livro para o Rio de Janeiro e São Paulo, sendo elogiado por Augusto
Frederico Schmidt e Mário de Andrade. O livro logo transformaria Rachel numa
personalidade literária. Com o dinheiro da venda dos exemplares, a escritora
"paga" o empréstimo dos pais.
Em março de 1931, recebe no Rio de
Janeiro o prêmio de romance da Fundação Graça Aranha, mantida pelo escritor, em
companhia de Murilo Mendes (poesia) e Cícero Dias (pintura). Conhece integrantes do
Partido Comunista; de volta a Fortaleza ajuda a fundar o PC cearense.
Casa-se com o poeta bissexto José Auto
da Cruz Oliveira, em 1932. É fichada como "agitadora comunista" pela polícia
política de Pernambuco. Seu segundo romance, "João Miguel", estava
pronto para ser levado ao editor quando a autora é informada de que deveria submetê-lo a
um comitê antes de publicá-lo. Semanas depois, em uma reunião no cais do porto do
Rio de Janeiro, é informada de que seu livro não fora aprovado pelo PC, porque nele um
operário mata outro. Fingindo concordar, Rachel pega os originais de volta e,
depois de dizer que não via no partido autoridade para censurar sua obra, foge do local
"em desabalada carreira", rompendo com o Partido Comunista.
Publica o livro pela editora Schmidt, do
Rio, e muda-se para São Paulo, onde se aproxima do grupo trotskista.
Nasce, em Fortaleza, no ano de 1933, sua
filha Clotilde.
Muda-se para Maceió, em 1935, onde faz
amizade com Jorge de Lima, Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Aproxima-se,
também, do jornalista Arnon de Mello (pai do futuro presidente da República, Fernando
Collor, que a agraciou com a Ordem Nacional do Mérito). Sua filha morre aos 18 meses,
vítima de septicemia.
O lançamento do romance "Caminho
de Pedras", pela José Olympio - Rio, se dá em 1937, que seria sua editora até
1992. Com a decretação do Estado Novo, seus livros são queimados em Salvador - BA,
juntamente com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, sob a acusação
de subversivos. Permanece detida, por três meses, na sala de cinema do quartel do
Corpo de Bombeiros de Fortaleza.
Em 1939, separa-se de seu marido e
muda-se para o Rio, onde publica seu quarto romance, "As Três Marias".
Por intermédio de seu primo, o médico e
escritor Pedro Nava, em 1940 conhece o também médico Oyama de Macedo, com quem passa a
viver. O casamento duraria até à morte do marido, em 1982. A notícia de que
uma picareta de quebrar gelo, por ordem de Stalin, havia esmigalhado o crânio de Trótski
faz com que ela se afaste da esquerda.
Deixa de colaborar, em 1944, com os
jornais "Correio da Manhã", "O Jornal" e "Diário
da Tarde", passando a ser cronista exclusiva da revista "O Cruzeiro",
onde permanece até 1975.
Estabelece residência na Ilha do
Governador, em 1945.
Seu pai vem a falecer em 1948, ano em que
publica "A Donzela e a Moura Torta". No ano de 1950, escreve em quarenta
edições da revista "O Cruzeiro" o folhetim "O Galo de Ouro".
Sua primeira peça para o teatro, "Lampião",
é montada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Teatro Leopoldo Fróes, em São
Paulo, no ano de 1953. É agraciada, pela montagem paulista, com o Prêmio Saci,
conferido pelo jornal "O Estado de São Paulo".
Recebe, da Academia Brasileira de Letras,
em 1957, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.
Em 1958, publica a peça "A beata
Maria do Egito", montada no Teatro Serrador, no Rio, tendo no papel-título a
atriz Glauce Rocha.
O presidente da República, Jânio
Quadros, a convida para ocupar o cargo de ministra da Educação, que é recusado. Na
época, justificando sua decisão, teria dito: "Sou apenas jornalista e gostaria de
continuar sendo apenas jornalista."
O livro "As Três Marias", com
ilustrações de Aldemir Martins, em tradução inglesa, é lançado pela University of
Texas Press, em 1964.
O golpe militar de 1964 teve em Rachel
uma colaboradora, que "conspirou" a favor da deposição do presidente João
Goulart.
O presidente general Humberto de Alencar
Castelo Branco, seu conterrâneo e aparentado, no ano de 1966 a nomeia para ser delegada
do Brasil na 21ª. Sessão da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas,
junto à Comissão dos Direitos do Homem.
Passa a integrar o Conselho Federal de
Cultura, em 1967, e lá ficaria até 1985. Depois de visitar a escritora na Fazenda Não
me Deixes, em Quixadá, o presidente Castelo Branco morre em desastre aéreo.
Estréia na literatura infanto-juvenil,
em 1969, com "O Menino Mágico", em 1969.
No ano de 1975, publica o romance "Dôra,
Doralina".
Em 1977, por 23 votos a 15, e um em
branco, Rachel de Queiroz vence o jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda e
torna-se a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. A
eleição acontece no dia 04 de agosto e a posse, em 04 de novembro. Ocupa a cadeira
número 5, fundada por Raimundo Correia, tendo como patrono Bernardo Guimarães e ocupada
sucessivamente pelo médico Oswaldo Cruz, o poeta Aluísio de Castro e o jurista, crítico
e jornalista Cândido Mota Filho.
Seu livro, "O Quinze",
é publicado no Japão pela editora Shinsekaisha e na Alemanha pela Suhrkamp, em 1978.
Em 1980, a editora francesa Stock lança
"Dôra, Doralina". Estréia da Rede Globo de Televisão a novela
"As Três Marias", baseada no romance homônimo da escritora.
Com direção de Perry Salles, estréia
no cinema a adaptação de "Dôra, Doralina", em 1981.
Em 1985, é inaugurada em Ramat-Gau, Tel
Aviv (Israel), a creche "Casa de Rachel de Queiroz". "O Galo
de Ouro" é publicado em livro.
Retorna à literatura infantil, em 1986,
com "Cafute & Perna-de-Pau".
A José Olympio Editora lança, em 1989,
sua "Obra Reunida", em cinco volumes, com todos os livros que Rachel
publicara até então destinados ao público adulto.
Segundo notícia que circulou em 1991, a
Editora Siciliano, de São Paulo, pagou US$150.000,00 pelos direitos de publicação da
obra completa de Rachel.
Já na nova editora, lança em 1992 o
romance "Memorial de Maria Moura".
Em 1993, recebe dos governos do Brasil e
de Portugal, o Prêmio Camões e da União Brasileira de Escritores, o Juca Pato. A
Siciliano inicia o relançamento de sua obra completa.
1994 marca a estréia, na Rede Globo de
Televisão, da minissérie "Memorial de Maria Moura", adaptada da obra da
escritora. Tendo no papel principal a atriz Glória Pires, notícias dão conta que Rachel
recebeu a quantia de US$50.000,00 de direitos autorais.
Inicia seu livro de memórias, em 1995,
escrito em colaboração com a irmã Maria Luiza, que é publicado posteriormente com o
título "Tantos anos".
Pelo conjunto de sua obra, em 1996,
recebe o Prêmio Moinho Santista.
Em 2000, é publicado "Não me
Deixes — Suas histórias e sua cozinha", em colaboração com sua irmã, Maria
Luiza.
Em novembro deste ano, quando a escritora
completou 90 anos de idade, foi inaugurada, na Academia Brasileira de Letras, a
exposição "Viva Rachel". São 17 painéis e um ensaio fotográfico de
Eduardo Simões resumindo o que os organizadores da mostra chamam de “geografia
interior de Rachel, suas lembranças e a paisagem que inspirou a sua obra”.
Rachel de Queiroz chega aos 90
anos afirmando que não gosta de escrever e o faz para se sustentar. Ela lembra que
começou a escrever para jornais aos 19 anos e nunca mais parou, embora considere pequeno
o número de livros que publicou. “Para mim, foram só cinco, (além de O Quinze,
As Três Marias, Dôra, Doralina, O Galo de Ouro e Memorial de Maria Moura), pois
os outros eram compilações de crônicas que fiz para a imprensa, sem muito prazer de
escrever, mas porque precisava sustentar-me”, recorda ela. “Na verdade,
eu não gosto de escrever e se eu morrer agora, não vão encontrar nada inédito na minha
casa”.
Recebe, em 06-12-2000, o título de
Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Em 2003, é inaugurado em Quixadá (CE), o Centro Cultural Rachel de Queiroz.
Faleceu, dormindo em sua rede, no dia 04-11-2003, na cidade do Rio de Janeiro. Deixou, aguardando publicação, o livro "Visões: Maurício Albano e Rachel de Queiroz", uma fusão de imagens do Ceará fotografadas por Maurício com textos de Rachel de Queiroz.
Em 2003, é inaugurado em Quixadá (CE), o Centro Cultural Rachel de Queiroz.
Faleceu, dormindo em sua rede, no dia 04-11-2003, na cidade do Rio de Janeiro. Deixou, aguardando publicação, o livro "Visões: Maurício Albano e Rachel de Queiroz", uma fusão de imagens do Ceará fotografadas por Maurício com textos de Rachel de Queiroz.
biografia de ranchel se queiroz
grupo:Garotas Pink
giovanna , nathalia, leticia.
ta muito boa continue assim
ResponderExcluirParabéns,eu gostei muito das postagens q vcs fizeram
ResponderExcluirGrupo:Escritores do almanara