quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ziraldo Alves Pinto passou toda a infância em Caratinga. É irmão do também desenhista, cartunista, jornalista e escritor Zélio Alves Pinto e também de Ziralzi Alves Pinto, seu grande amigo. Estudou dois anos no Rio de Janeiro e voltou a Caratinga, tendo concluído o módulo científico (atual ensino médio). Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1957. Seu talento no desenho já se manifestava desde essa época, tendo publicado um desenho no jornal Folha de Minas com apenas seis anos de idade.
Começou a trabalhar no Jornal Folha de Minas, de Belo Horizonte, em 1954, com uma coluna dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e posteriormente no Jornal do Brasil, em 1963. Seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.
Em 1960, lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Pererê, que também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início do regime militar no Brasil. Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial.
Caricatura de Ziraldo.
Em 1969, Ziraldo recebeu o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, principal premiação da imprensa livre da América Latina.
Foi fundador e posteriormente diretor do periódico O Pasquim, tabloide de oposição ao regime militar, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5.
Em 1980, lançou o livro "O Menino Maluquinho", seu maior sucesso editorial, o qual foi mais tarde adaptado na televisão e no cinema.
Incansável, Ziraldo ainda hoje colabora em diversas publicações, e está sempre envolvido em novas iniciativas. Uma das mais recentes foi a "Revista Bundas", uma publicação de humor sobre o cotidiano que faz uma brincadeira com a revista "Caras", esta, voltada para o dia-a-dia de festas e ostentação da elite brasileira. Ziraldo foi também o fundador da revista "A Palavra" em 1999.
Ilustrações de Ziraldo já figuraram em publicações internacionais como as revistas Private Eye da Inglaterra, Plexus da França e Mad, dos Estados Unidos.
Ziraldo é pai da cineasta Daniela Thomas e do compositor Antonio Pinto.
Desde o ano de 2000 participa da "Oficina do Texto", maior iniciativa de coautoria de livros do Mundo, Criada por Samuel Ferrari Lago então diretor do Portal Educacional, onde já ilustrou histórias que ganharam textos de alunos de escolas do Brasil todo, totalizando aproximadamente 1 milhão de diferentes obras editadas em coautoria com igual número de crianças.

[editar] Prêmios

Em 9 de dezembro de 2008, Ziraldo foi agraciado com o VI Prêmio Ibero-americano de Humor Gráfico Quevedos.[2]
O prêmio foi atribuído pela "qualidade e importância de sua obra", "seu compromisso social" e sua "difusão e grande repercussão internacional" e homenageia a trajetória profissional de cartunistas espanhóis e ibero-americanos cuja obra se destaque pelo significado social e artístico

[editar] Polêmicas

Uma cartilha chamada O Olho do Consumidor produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica - SISORG, que pretendia padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor na sua escolha de alimentos realmente orgânicos, teria sido vítima de um mandado de segurança a pedido da multinacional Monsanto. Essa informação, veiculada livremente pela internet, nunca foi confirmada por nenhum dos envolvidos, mas apesar de a cartilha aparecer nos arquivos do Ministério, nem "Ziraldo", nem "SISORG", nem "Olho do Consumidor" retornam resultado na busca interna do site.
Em 5 de abril de 2008, Ziraldo — e mais vinte jornalistas que foram perseguidos durante os anos de chumbo — teve seu processo de anistia aprovado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e foi indenizado em mais de R$ 1 milhão, além de receber uma pensão vitalícia de R$ 4.375,88.[3] Ele e o cartunista Jaguar receberam as maiores indenizações.[4] À época, Ziraldo afirmou que "o Brasil lhe devia" tal indenização, declarando: "Eu quero que morra quem está me criticando. Porque é tudo cagão e não botou o dedo na seringa. Enquanto eu estava xingando o Figueiredo e fazendo charge contra todo mundo, eles estavam servindo à ditadura e tomando cafezinho com o Golbery. Então, qualquer crítica que se fizer em relação ao que está acontecendo conosco eu estou me lixando".[3] O episódio foi comentado por seu antigo colega Millôr Fernandes, que se negou a exigir indenização, questionando: "Quer dizer que aquilo não era ideologia, era investimento?".[5]
Em 27 de setembro de 2008, os cartunistas Paulo Caruso e Chico Caruso deram uma entrevista ao jornalista Alex Solnik, declarando: "Ziraldo é mau-caráter" e "Ele não paga ninguém. Ele dá trambique. Ele tira emprego dos outros. Atropela." Chico Caruso ainda afirmou: "É sempre um miserável. É isso que ele é. Não só financeiramente como de caráter também."[6]
Em fevereiro de 2010, o advogado de Ziraldo tentou aumentar o valor da prestação mensal da pensão vitalícia recebida por ele para R$ 19.432,91, alegando que a soma de R$ 4.375,88 era compatível apenas com a função de jornalista, e não com as funções de direção de arte e até de presidência de jornal que o cartunista chegou a exercer. A Justiça Federal negou o pedido.
Em 31 de março de 2011, Ziraldo, seu irmão Zélio Alves Pinto e mais 9 pessoas foram condenados por improbidade administrativa na realização, em 2003, do primeiro Festival Internacional do Humor Gráfico das Cataratas do Iguaçu (Festhumor) e no “Fantur - Iguassu dê uma volta por aqui”, em ação movida em 2006 pelo Ministério Público Federal. A ação relata que o dinheiro público municipal e federal foi mal utilizado porque, segundo a sentença, para o primeiro Festhumor, houve contratações sem licitação e pagamentos em duplicidade, que corresponde a remuneração dupla pelo serviço prestado uma vez. O processo relata ainda desvio de verba no Fantur, que foi uma ação promovida pela Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu para levar jornalistas e cartunistas para cidade, com todas as despesas custeadas pela prefeitura. Além disso, Ziraldo registrou indevidamente a marca do festival em seu nome no Inpi, contrariando o edital (que previa a cessão perpétua do desenho), e caracterizando assim a intenção de utilizar a marca comercialmente. Em 24 de novembro de 2011, a pena de Ziraldo foi fixada em dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão, além do pagamento de multa de R$ 87.360. O juiz substituiu a prisão por prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas, e o pagamento de um salário mínimo mensal pelo mesmo período da pena. Ziraldo e os demais réus podem recorrer da decisão.[7][8][9]

[editar] Curiosidades

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  • Ziraldo foi um dos fundadores da Banda de Ipanema
  • No carnaval de 2003, foi tema da escola de samba paulistana Nenê de Vila Matilde e em 2012, será tema da Tradição.
  • Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe, Zizinha com o de seu pai Geraldo: assim surgiu o Zi-raldo, um nome único.[10]
  • Ziraldo apresentou um programa de entrevistas de fim-de-noite antes de Jô Soares. Em 1982, dirigido por Maurício Sherman, Ziraldo comandava o programa Etc., na TV Bandeirantes, depois das 23h. Durou apenas um ano, mas fez história com a primeira longa entrevista de Dom Hélder Câmara sobre a ditadura.
  • Muitas vezes Ziraldo colabora com projetos sociais de cunho educacional e mesmo causas ambientais, como por exemplo a criação da logomarca da RPPN Rio das Lontras, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural próxima a Florianópolis, Santa Catarina.

[editar] Algumas obras e criações

Referências

  1. Ziraldo ganha Prêmio Ibero-americano de Humor Gráfico. Página visitada em 9 de Dezembro de 2008.
  2. Ziraldo ganha Prêmio Ibero-americano de Humor Gráfico. Página visitada em 9 de Dezembro de 2008.
  3. a b "Anistia: Ziraldo e Jaguar vão receber indenização e pensão mensal" - O Globo
  4. Ziraldo e Jaguar serão indenizados por período militar. Página visitada em 7 de Abril de 2008.
  5. "Para Ziraldo, 'se é um direito, então está OK'" - Estadão
  6. [1]
  7. [2]
  8. http://g1.globo.com/parana/noticia/2011/11/ziraldo-e-condenado-por-improbidade-e-registro-indevido-de-marca.html
  9. http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ziraldo-e-condenado-por-estelionato-cartunista-nega-crime,802597,0.htm

    O Menino Maluquinho

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Desenho do Menino Maluquinho, por seu autor.
    O Menino Maluquinho é um livro infanto-juvenil brasileiro de 1980 criado pelo desenhista e cartunista mineiro de Caratinga conhecido por Ziraldo.
    Apresenta as histórias e invenções de uma criança alegre e sapeca, "maluquinha". São cartuns e atividades que descrevem liricamente o sabor da infância.
    O livro se tornou um sucesso, tendo vendido até dezembro de 2006 mais de dois milhões e meio de exemplares, sendo conhecido por inúmeras crianças, servindo de inspiração para uma peça teatral, filmes, histórias em quadrinhos e uma série de TV de mesmo nome. Também é utilizado por algumas escolas no incentivo à leitura.
    No dia 24 de outubro de 2010, o personagem completou 30 anos, no mesmo dia do aniversário de seu criador, Ziraldo.

    Índice

    [esconder]

    [editar] Filmes

    Trecho da rua Congonhas, no bairro Santo Antônio, entre as ruas Leopoldina e Santo Antônio do Monte, onde foram gravados trechos do filme.

    [editar] Menino maluquinho - O filme

    O filme, de 1994, é um filme estrelado por Samuel Costa no papel-título, Patrícia Pillar, Roberto Bomtempo, Othon Bastos e Luiz Carlos Arutin, sendo produzido por Tarcísio Vidigal e dirigido por Helvécio Ratton. A canção-tema foi composta e interpretada por Milton Nascimento. Participações de: Bocão, Nina, Lúcio, Junim, Shirley Valéria, Julieta, Carol, Tonico entre outros.
    Muito dos trechos do filme foram filmados na rua Congonhas,[1] no bairro Santo Antônio, em volta de uma casa que é a residência do menino maluquinho durante o filme.[2] Essa casa hoje funciona como uma loja de vestimentas (a Garimpo).

    [editar] Menino Maluquinho 2 - A Aventura

    Esta continuação, produzida em 1997, conta novamente com Samuel Costa como o menino maluquinho. Também no elenco Stênio Garcia, Fernanda Guimarães e Antônio Pedro. O filme foi produzido por Tarcísio Vidigal e dirigido por Fernando Meirelles e Fabrízia Pinto. Meirelles se tornaria mais conhecido posteriormente pelo filme Cidade de Deus.

    [editar] Menino maluquinho 3 - O que você está fazendo no meu sonho??

    Longa metragem em fase de pré-produção e captação. Direção de César Rodrigues e André Pinto, os mesmos da série para televisão (TVE-Brasil), apresenta uma nova geração de "maluquinhos".

    [editar] Personagens dos quadrinhos

    • Menino Maluquinho
    • Arthur
    • Bruno
    • Carol
    • Gabriel
    • Isabella
    • Guilherme
    • Danton
    • Micaella
    • Roberto
    • Leticia
    • Cassio

    [editar] Série

    Produzida em 2006 a série foi criada pela "TVE Brasil" e é exibida na TV Brasil. Criação de Cao Hamburger e Anna Muylaert com roteiros de Anna Muylaert. A direção da série foi de Cesar Rodrigues.

    Referências

  10. Ziraldo: A Biografiaziraldo  um dos livros de ziraldo                          ryan vitoria e kaiqueekauan emaria ewillan

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