terça-feira, 17 de abril de 2012

MAURICIO DE SOUSA

Wallace Luiz de Oliveira -17 de abril de 2012]

                                      MAURICIO DE SOUSA

  Os personagens criados por Mauricio de Sousa foram impressos em mais
de um bilhão de revistas em 120 países diferentes. Viraram filmes, parque de
diversões, brinquedos e a principal marca dos quadrinhos brasileiros. A origem
do sucesso da Turma da Mônica com o público infantil está na própria
história deste cartunista e desenhista nascido em Santa Isabel e criado em
Mogi das Cruzes, ambas cidades do interior paulista.
“Foi o público que me escolheu. Quando comecei a desenhar história em quadrinhos,
eu fazia tirinhas de jornal. Como eu era jovem, as referências eram da
minha vivência recente, de quando era moleque.” Com sua arte, percebeu que
criança gosta de ver criança. E o pequeno Mauricio, logo após os primeiros gibis,
leu as histórias fantásticas de Monteiro Lobato. “Eu sabia passagens inteiras do
Lobato, de cor.” A dentuça Mônica o faz lembrar da também sagaz Emília.
Como empresário e prático da cultura, Mauricio de Sousa alerta para as
dificuldade da arte nos países latinos. “A cultura não é um artigo de primeira
necessidade – a não ser para uma minoria. Nos países em desenvolvimento,
às vezes, o pão é mais importante que o livrão.” Em tempos modernos, com
novas tecnologias para produção e difusão do desenho, Sousa retorna a um
dilema seminal do artista. “Está cada vez mais fácil fazer animação e cada vez
mais difícil fazer uma boa história.”
Como começou a Turma da Mônica?
A Turma da Mônica começou quando eu peguei lápis e papel na casa dos meus
pais e passei a rabiscar tudo: parede, chão, cadernos de poesia do meu pai. Descobri
que era gostoso desenhar. Toda criança desenha – umas param e vão fazer outra
coisa na vida. Eu continuei. Aprendi a ler nos gibis, cismei que queria fazer meus
próprios personagens e me preparei para isso. Na hora de fazer história em quadrinhos,
me deparei com o grande problema: quais personagens vou usar? Daí foram
nascendo os personagens principais – Cebolinha, Mônica, Cascão, Magali, todos
inspirados em amigos, conhecidos ou familiares, para que tivessem humanidade,
uma estrutura psicológica bem forte. E deu certo. Eu havia me preparado tecnicamente,
conhecia bem a narrativa da história em quadrinhos e resolvi viver disso. Já
faz 50 anos.

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